Briófitos
– Um caso do valor da biodiversidade
Os Briófitos são
pequenas plantas, essencialmente terrestres, que se caracterizam pela ausência
de tecidos vasculares, ou seja não têm raízes, caules ou folhas, e pela
dominância da geração gametófita. São espécies que apresentam taxas de
crescimento baixas e demoraram muitas décadas a cobrir os substratos.
Os briófitos
desempenham funções vitais nos ecossistemas, nomeadamente na captação de água e
de nutrientes (Turfeiras) e na diminuição da erosão do Solo.
No Arquipélago dos Açores
existem cerca de 439 espécies e subespécies, estando divididos ente 285 musgos,
149 hepáticas e 5 antocerotas. Verifica-se que nos Açores se encontram as
condições ambientais favoráveis ao seu desenvolvimento como humidade, luz e
temperatura. Ocupam assim grandes áreas e é possível observar-se uma grande
diversidade e vitalidade.
Os briófitos ocorrem essencialmente
nas florestas Laurissilva, nas florestas de azevinho e zimbrais.
É difícil conservar
estas espécies devido à sua baixa densidade populacional e às baixas taxas de
germinação e crescimento populacional.
Assim, e pelo facto
das pessoas estarem pouco familiarizadas com os briófitos, torna-se necessário
sensibilizar e formar a população dos Açores para a proteção desta espécie, que
encontraram no arquipélago um ponto de refúgio e de desenvolvimento.
Em termos
de conservação, o Primeiro Livro Vermelho dos Briófitos, publicado em 1995
(ECCB, 1995), inclui 57 espécies presentes nos Açores, onde estão incluídas todas
as espécies endémicas do arquipélago.
Turfeira Género Sphagnum
Na maior parte das ilhas dos Açores é possível observar turfeiras de Sphagnum,, importantes no armazenamento superficial da água das chuvas.
CARDOSO, P., BORGES, P. A. V., COSTA, A. C., CUNHA, R. T., GABRIEL, R., MARINS, A. M. F., SILVA, L., HOMEM, N., MARTINS, M. RODRIGUES, P., MARTINS, B., MENDONÇA, E. (2008). A perspectiva arquipelágica: Açores. In: MARTIN, J. L., ARECHAVALETA, M., BORGES, P. A. V., FARIA, B. F. TOP 100. As cem espécies ameaçadas prioritárias em termos de gestão na região europeia biogeográfica da Macaronésia. Dirección General del Medio Natural, Gobierno de Canarias. pp. 421 – 446.
Olá Marta,
ResponderEliminarConfesso que a Turfeira Sphagnum me deixou curiosa!
Tentando saber mais, entendo que esta espécie de Briófito, também conhecida por musgão, leiva e esfagno, pertence à família Sphagnaceae, e é um endemismo dos Açores.
Segundo a Wikipédia “a maior parte das turfeiras são cobertas por musgos, urzes, tojos e plantas insectívoras, algumas destas raras o que confere às turfeiras título de relíqua biológica”. Pode ainda ler-se que "recentemente foram descobertas em turfeiras na Europa corpos conservados graças ao Sphagnum e outras plantas; esses corpos ficaram em bom estado, como é o caso do Homem de Tollund”
Assim sendo, admito que desconhecia esta “relíquia biológica” :)
FONTES;
http://www.biodiversidade-somincor.pt/web/index.php/pt/home/habitats-e-grupos/8-lista-de-grupos/16-briofitos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sphagnum
http://pt.wikipedia.org/wiki/Turfeira
Flora, 900942
Marta, também gostei do seu post relativo aos briófitos.
ResponderEliminar"Os briófitos desempenham funções vitais nos ecossistemas, nomeadamente na captação de água e de nutrientes (Turfeiras) e na diminuição da erosão do Solo."
Para além do seu valor intrínseco como entidades biológicas de características únicas, e das funções (valores) que indica seria interessante aprofundar esta temática sobre os valores dos briófitos e sobre a sua conservação. Continuação de bom trabalho, PBN
Olá Marta, venho complementar um pouco mais o teu tópico e falar sobre as funções das turfeiras e a razão porque são tão importantes.
ResponderEliminarAs turfeiras são ecossistemas raros no mundo e originam habitats únicos de biodiversidade, pois elas abarcam e protegem uma grande diversidade de espécies raras protegidas, tais como, o Juniperus brevifolia, Erica azorica, Frangula azorica, entre outras.
As turfeiras contribuem assim para o fornecimento e regulação da água e durante períodos de elevada precipitação aumenta a quantidade de água armazenada, sendo esta gradualmente libertada durante os períodos de baixa precipitação, intervindo no ciclo da água por via da regulação do fluxo (infiltração) da água.
As turfeiras também regulam a escorrência superficial e subterrânea, suprimindo o aumento abrupto dos caudais após precipitação intensa regulando ainda a erosão dos solos e o microclima insular, favorecendo assim uma evapotranspiração muito elevada.
Estes ecossistemas são verdadeiros reservatórios de água.
Continuação de bons estudos
Anabela Silva